Véi, na boa, o terceiro dia, que prometia ser o mais difícil
foi na verdade um dos mais fáceis. Tudo bem que o percurso foi o mais curto,
aproximadamente 4km segundo nosso guia, mas as inclinações que enfrentaríamos
seriam bem pesadas, trechos de até 70º de
inclinação, o que assustava. Mas só assustou nas histórias, porque na verdade
só cansou as pernas, em especial os joelhos, de resto, foi uma subidinha, com
direito a uma vista espetacular, tocar pela primeira vez na parede do gigante e
ainda ser agraciado pelo Passo de las lagrimas, duas quedas d’água que fazem um
chuvisco muito gostoso e refrescante já no trecho final da trilha. O chão, onde
predominavam pedras soltas de todos os tamanhos dificultou bastante o caminho,
mas nada que nos fizesse querer desistir. Pra mim o terreno era ideal, pois
gosto de caminhar sobre fundos de pedra, mas para nosso amigo Gulherme Asta foi
uma provação, ele tem um temor com alturas e trilhas que passam ao lado de desfiladeiros.
Então deixei de ser o Dida e passei a ser o Capitão, pela minha experiência no
exército e também com trilhas desse tipo.
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Foi legal, mas foi dura também. |
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Paredão quase ao alcance |
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Emoção ao tocar pela primeira vez a parede do grande Roraima |
E lá fomos nós, depois de passar
por uma densa floresta regada de samambaias dos mais diversos tipos, bem como
bromélias e outras plantas, Eu fui liderando a subida seguido de perto pelos
irmão Guilherme e Eduardo Asta. O passo das lágrimas, que antecede a longa
rampa final dá um refresco.
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Carmencita: nossa irmã mais nova. |
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Eu, Edu Asta e Edu Pontes: mais fácil sim, light nunca !! |
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Capitão Dida e Tenente Guilherme Asta com o passo de las lagrimas ao fundo:
TENSÂO TOTAL !!! |
Na chegada fomos recebidos pelo
José Tcheo, e, cansados mas principalmente muito emocionados, Eu e Guilherme
trocamos um longo abraço regado a choro pelo êxito da empreitada. Enfim
estávamos no topo do Monte Roraima e fomos recebidos pelos imponentes
guardiões, três estátuas de pedra.
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Chegada Emicionante: José "Tcheo", Diuda e Gui Asta. |
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Os 3 guardiões na chegada: carinhosamente
os chamei de Rá, Anúbis e Hórus. |
Após reverenciar os guardiões,
almoçamos e saímos para uma rápida exploração pela região, onde nos deparamos
com o lindo paredão do Kukenán, também imponente, o vale todo abaixo, o que
rendeu algumas boas fotos.
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Começavam as formações características do local.
Entramos num outro planeta: O Planeta Roraima. |
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GoPro in action. |
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Essa é pra revista. |
Esse lugar literalmente não
existe, ou é fruto de nossa imaginação ou realmente entramos em um novo planeta.
O PLANETA RORAIMA. As rochas formam todo tipo de imagens, a diversidade de
plantas e cores é impressionante. A superfície é toda irregular, com grandes
vales.
Depois de algumas fotos andamos
mais 40 minutos até o nosso refúgio da primeira noite no topo: O Hotel Guácharo.
Os hotéis nada mais são que cavernas geralmente abrigadas do vento e da chuva,
onde montamos acampamento, mas são lindos. Sobre este Hotel há um jardim.
Galera, impressionante, parece que alguém vai lá todos os dias e cria um jardim
diferente, cada um com cores e vida própria e cada um mais lindo que o outro.
Aproveitamos o jardim para fazermos mais fotos do imponente paredão.
Estamos todos meio que sem
palavras pra descrever esse lugar, suas cores, a energia que emana daqui nos
fortalece toda noite para que possamos nos esforçar durante o dia. O lugar é
mágico.
Aproveitamos para conhecer e
explorar uns 200 metros de uma cavernas conhecida como “Ojos de cristal”.
Hardcore, cheia de fendas sem fim. De volta ao acampamento, jantar (um delicioso
bolo com molho branco e minestrone), estamos comendo bem demais aqui. A comida
é sempre farta e muito bem feita.
Agora são 19:20hs e vou dormir,
amanhã quero acordar cedo para fazer fotos sobre as nuvens e depois do café da
manhã, levantar acampamento para percorrer longos 16 km até o Hotel Quati
(Gruta do Quati), este já do lado Brasileiro, onde teremos duas noites, e de
onde partiremos para conhecer o Lago Gladys, cruzaremos o tepuy de um extremo
ao outro e tentaremos, se o tempo permitir, chegar a um ponto onde possamos
visualizar a Proa.
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