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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

3º Dia - Segunda, 15 de Outubro de 2012.


Véi, na boa, o terceiro dia, que prometia ser o mais difícil foi na verdade um dos mais fáceis. Tudo bem que o percurso foi o mais curto, aproximadamente 4km segundo nosso guia, mas as inclinações que enfrentaríamos seriam bem pesadas, trechos de até 70º de inclinação, o que assustava. Mas só assustou nas histórias, porque na verdade só cansou as pernas, em especial os joelhos, de resto, foi uma subidinha, com direito a uma vista espetacular, tocar pela primeira vez na parede do gigante e ainda ser agraciado pelo Passo de las lagrimas, duas quedas d’água que fazem um chuvisco muito gostoso e refrescante já no trecho final da trilha. O chão, onde predominavam pedras soltas de todos os tamanhos dificultou bastante o caminho, mas nada que nos fizesse querer desistir. Pra mim o terreno era ideal, pois gosto de caminhar sobre fundos de pedra, mas para nosso amigo Gulherme Asta foi uma provação, ele tem um temor com alturas e trilhas que passam ao lado de desfiladeiros. Então deixei de ser o Dida e passei a ser o Capitão, pela minha experiência no exército e também com trilhas desse tipo.

Foi legal, mas foi dura também.

Paredão quase ao alcance

Emoção ao tocar pela primeira vez a parede do grande Roraima
E lá fomos nós, depois de passar por uma densa floresta regada de samambaias dos mais diversos tipos, bem como bromélias e outras plantas, Eu fui liderando a subida seguido de perto pelos irmão Guilherme e Eduardo Asta. O passo das lágrimas, que antecede a longa rampa final dá um refresco.

Carmencita: nossa irmã mais nova.

Eu, Edu Asta e Edu Pontes: mais fácil sim, light nunca !!

Capitão Dida e Tenente Guilherme Asta com o passo de las lagrimas ao fundo:
TENSÂO TOTAL !!!
Na chegada fomos recebidos pelo José Tcheo, e, cansados mas principalmente muito emocionados, Eu e Guilherme trocamos um longo abraço regado a choro pelo êxito da empreitada. Enfim estávamos no topo do Monte Roraima e fomos recebidos pelos imponentes guardiões, três estátuas de pedra.

Chegada Emicionante: José "Tcheo", Diuda e Gui Asta.
Os 3 guardiões na chegada: carinhosamente
os chamei de Rá, Anúbis e Hórus.
Após reverenciar os guardiões, almoçamos e saímos para uma rápida exploração pela região, onde nos deparamos com o lindo paredão do Kukenán, também imponente, o vale todo abaixo, o que rendeu algumas boas fotos.

Começavam as formações características do local.
Entramos num outro planeta: O Planeta Roraima.

GoPro in action.

Essa é pra revista.
Esse lugar literalmente não existe, ou é fruto de nossa imaginação ou realmente entramos em um novo planeta. O PLANETA RORAIMA. As rochas formam todo tipo de imagens, a diversidade de plantas e cores é impressionante. A superfície é toda irregular, com grandes vales.

Depois de algumas fotos andamos mais 40 minutos até o nosso refúgio da primeira noite no topo: O Hotel Guácharo. Os hotéis nada mais são que cavernas geralmente abrigadas do vento e da chuva, onde montamos acampamento, mas são lindos. Sobre este Hotel há um jardim. Galera, impressionante, parece que alguém vai lá todos os dias e cria um jardim diferente, cada um com cores e vida própria e cada um mais lindo que o outro. Aproveitamos o jardim para fazermos mais fotos do imponente paredão.
Hotel Guacharo
Vista do nosso mirante particular
  
Carmen no abismo

Tirso: Cocineiro Roraimeiro.
 
 Estamos todos meio que sem palavras pra descrever esse lugar, suas cores, a energia que emana daqui nos fortalece toda noite para que possamos nos esforçar durante o dia. O lugar é mágico.
Aproveitamos para conhecer e explorar uns 200 metros de uma cavernas conhecida como “Ojos de cristal”. Hardcore, cheia de fendas sem fim. De volta ao acampamento, jantar (um delicioso bolo com molho branco e minestrone), estamos comendo bem demais aqui. A comida é sempre farta e muito bem feita.

Agora são 19:20hs e vou dormir, amanhã quero acordar cedo para fazer fotos sobre as nuvens e depois do café da manhã, levantar acampamento para percorrer longos 16 km até o Hotel Quati (Gruta do Quati), este já do lado Brasileiro, onde teremos duas noites, e de onde partiremos para conhecer o Lago Gladys, cruzaremos o tepuy de um extremo ao outro e tentaremos, se o tempo permitir, chegar a um ponto onde possamos visualizar a Proa.
 

2º Dia - Domingo, 14 de Outubro de 2012.


O relógio desperta às 5:15hs da manhã. A rotina é essa, dormir por volta das 19:00hs e acordar por volta das 5:30hs. Se alimentar muito bem para a caminhada que sempre vem e é sempre pesada, não tem nada light lá exceto as visões que temos de paredões, cachoeiras, savanas e os 7 tepuys que compõem o parque.

Acordar com essa visão: Não tem preço !!!
Acho que todo dormiu muito bem, apesar da sinfonia de gases e roncos durante a noite, a caminhada é extenuante e acho que o corpo acaba produzindo mais gases do que o normal.
A rotina é a mesma, sair da barraca, uma mijadinha rápida e enquanto a galera prepara o café da manhã, já vamos adiantando a arrumação da mochila e liberando as barracas para serem desmontadas.  Vale a pena ter cuidado ao abrir a barraca, pois segundo os habitantes a moradora local atende pelo nome de Cascavel e, embora geralmente as cobras sempre se afastem de nós e eu a ache um lindo animal, todo cuidado é pouco, afinal, barracas como a minha, com proteção frontal, fornecem abrigo do frio e de outros predadores. Claro que durante a trilha toda não tive o prazer de cruzar com nenhum destes lindos espécimes, mas beleza, seguro morreu de velho e é bom sempre ter cuidado.

Saimos do rio Ték e logo de cara nos deparamos com o rio Kukenán, que significa "Água Turva". Sim, tomamos banho nessas águas turvas, vejam vcs. mesmo o quão turvas são estas águas.

Rio Kukenán ao fundo
Banho merecido
"Água Turva" ?!?? Tá bom...
É só o segundo dia de trilha, caminhada de gente grande, mas agora estamos mais perto imponente paredão, que nos dá aquela velha impressão de quão pequenos nós somos perante a mãe natureza. Emociono-me mais a cada dia pela saudade de casa mas, sobretudo pelas descoberta que farei nos próximos dias, a chegada ao topo e a caminhada lá em cima. Cada nascer e cada pôr do sol são lindos e especiais. Ontem consegui fazer umas fotos bem legais da lua e das estrelas, embora as fotos não sejam capazes de mostrar o que nossos olhos veem.
Céu estrelado todas as noites.
Aqui no campo base e na trilha de amanhã a dona do lugar muda, é a minha sogra, digo, Jararaca, que tem um porém, muito chato: é uma cobra arborícola também, e passaremos por um longo trecho entre árvores, quase uma floresta. Mas não acredito que encontremos nenhuma. Só pra garantir eu esvazio ao máximo minha bexiga antes de entrar na barraca e paro de tomar água, só pra não ter que sair à noite pra mijar.

Nosso grupo é fantástico, o melhor grupo que poderia ter pra essa expedição. Entrosamos-nos mais a cada dia, todos nos damos muito bem e isso torna tudo mais agradável, rimos muito o dia inteiro durante a trilha e a noite.
Nosso almoço hoje foi macarrão com frango e legumes e o jantar foi uma sopa de legumes tão caudalosa e saborosa que acho que nunca tomei uma sopa tão boa na vida.

Comdia: um caso à parte. sempre deliciosa e abundante.
Procuro sempre me policiar para não desrespeitar as tradições dos índios, e até pedi ao nosso guia, que os conhece desde criança que, caso algum de nós estivesse fazendo algo que pudesse ser ofensivo e/ou contras as tradições locais, que nos desse um toque. Eles dão muito valor a isso e eu mais ainda, gosto de conhecer a cultura dos lugares que visito.

Parte da flora local.
Depois de mais 9 km de caminhada um pouco mais pesada, com muitas subidas chatinhas, chegamos ao campo base, de onde partiremos amanhã para o topo, numa trilha que promete ser punk, 4,5 km de subida direto em leito de pedras. É esperar pra ver. Tivemos o restante do dia para tomarmos banho nas águas cada vez mais geladas, nessa não deu pra entrar sem gritar, fazer fotos, trocar idéias.

 
Campo base: Paredão cada vez mais perto.


Eduardo Asta nas águas geladas do campo base

Luciano e Carmen.
 
 No campo base pudemos deixar coisas que não utilizaremos no topo pra pegar depois, isso me ajudou, pois até então estava andando com 16 kg, e a partir de amanhã livrei mais ou menos 3,5 kg da mochila, então minha caminhada será agradável. Eu me preparei pra carregar peso, musculação, reforço muscular, lombar e pernas, mas com 16 kg fica pesado pra caminhar de agora em diante.

 
 
Cavalo Marinho
Mais uma noite estrelada
 
Barracas à noite: Breu total.
 
O dia transcorreu sem maiores problemas, há um grupo acampado aqui também, composto por um casal de senhores Poloneses, duas amigas Canadenses e dois amigos Japoneses.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

1º Dia - Sábado, 13 de Outubro de 2012.


São 3:20 da madrugada, o celular e o relógio me despertaram e agora estou tomando um ótimo banho gelado, acreditem, o calor em Boa Vista é tanto que dormi com ar condicionado á 17 graus e agora estou tomando essa ducha gelada pra acordar para a minha missão, que é a realização ode um sonho, mas confesso que estou com medo.

Em 3 anos de casado, é a primeira vez que viajo sozinho, isso é bom e ruim ao mesmo tempo, mas tinha que ser assim, a Carla não aguentaria a trilha. Até então nem sei se eu mesmo vou aguentar, todas as dúvidas do mundo estão na minha cabeça e espero que essa ducha gelada as afaste, pois me preparei, não sei se o bastante, mas pelo menos pra sofrer menos, tenho roupas e equipamentos adequados, mas estou literalmente com o Cú na mão e com medo de decepcionar aqueles que acreditaram em mim, como a galera das lojas onde comprei meus equipos que sempre foram atenciosos comigo, como Mundo Terra Pinheiros e Arco e Flecha, Além da galera da Bio Ritmo, que por dois longos meses de malhação ouviram minhas histórias, sem falar na minha esposa, família e amigos que sempre estiverem ao meu lado nas minhas loucuras.

 

Pra ser sincero nem eu mesmo sei o que estou fazendo aqui, mas pra isso tenho a resposta na ponta da língua: estou realizando um sonho de 5 anos, não importa o quanto doa nem o quanto tenha que andar e passar perrengues.

Da primeira vez que vi o Monte foi Amor à primeira vista (desculpe Cau..rs) e desde então o universo veio conspirando a meu favor para que tudo desse certo. De agora em diante começo a desfrutar da companhia de uma velha amiga e amante: A SOLIDÃO. Na cabeça uma única certeza: tudo que acontecer nessa expedição será um grande aprendizado e será muito especial. Já deixo a primeira grande lição: Sonha é grátis e SIM !!! É possível realizar seus sonhos, pra isso basta uma mente forte que empurre seu corpo quando este quiser parar e força de vontade é tudo nessa vida.
Espero que vocês gostem dessa aventura, se divirtam comigo, e chorem também comigo, pois será emocionante, a começar pelo fato de não ter a mão da minha amada Carla segurando a minha no avião. Acho que o avião é uma máquina espetacular, mas ainda tenho medo de voar.

Saio do banho e minha trilha sonora começa com “Kings of Leon – King of The Rodeo”.
Pontualmente às 5:00 da manhã a van estaciona em frente ao Hotel, coloco minha mochila dentro e este é o começo da realização do meu sonho, aqui começa a expedição Monte Roraima propriamente dita.

O primeiro passo é ir de van até a fronteira, onde quem está com RG passa direto, quem não tem que apresentar o passaporte na Polícia Federal braZileira para dar saída e depois todos, com RG ou passaporte devem se apresentar a aduana venezuelana para darmos entrada no país de Hugo Chaves. Aliás, que vergonha nossa guarda de fronteira, os famosos federais com suas roupas pretas, óculos escuros e 9mm na cintura, todo mundo fazendo pose de fodão. Do lado venezuelano a coisa é séria, de 2 a 3 homens do exército com intimidadoras AK-47 nas bandoleiras, e até chegarmos à Santa Helena ainda passamos por 2 ou 3 postos de controle com guardas do exército fortemente armados. E o que dizer das estradas, do lado braZileiro difícil de andar de tantos buracos, do lado dos Hermanos um tapete que dava gosto. A Gasolina lá custa 7 centavos de real, todo mundo tem carrões potentes com motores de 6 cilindros.



Lá o primeiro pit stop foi no Hotel Gran Sabana para pegar os irmãos Luciano e Dionísio, que tinham ido até o Salto Angel. Após apresentações, fomos para a casa de apoio trocar a Van pelos 4 x 4 para chegarmos até a aldeia de Paraitepuy, de onde finalmente colocaríamos os pés na trilha, já era quase meio dia.

Dida, Edu Asta, Carmencita, Guilherme Asta, Luciano, Dionísio e Edu Pontes.
 
Falemos a verdade: na primeira hora e meia pensei seriamente em voltar pra casa, o pulmão ainda murcho, um calor terrível, muita umidade pra dificultar a respiração, e de cara uma bela de uma subida. Duas subidas depois o pulmão abriu o segundo estágio, a respiração passou a funcionar muito melhor e a minha velocidade habitual entrou em ação, agora sim eu estava fazendo um trekking legal. Seriam aproximadamente 13 km até o acampamento do Rio Ték.

Na metade do caminho meus pés começaram a doer e a dor foi aumentando gradativamente e subindo para a panturrilha direita, começara o sofrimento, mas nada me faria desistir e resisti bravamente até chegarmos ao Rio Ték, onde fomos brindados com um banho gelado que fez um bem danado para a musculatura. Também contribuiu para que a caminhada fosse boa o alto astral da galera. Acho que ao final deste primeiro dia formamos uma verdadeira família, todos se deram muito bem.

Nosso jantar neste primeiro dia foi de gala: Arroz com legumes, salada e peixe frito. E eu que pensei que comeríamos mal, aliás, comida foi um caso à parte, não houve um dia que faltasse comida pra quem quer que seja nem em quantidade, nem em qualidade.  Estávamos em ótimas mãos, pois nossos cozinheiros mandavam muito bem e nosso guia era muito experiente.

Já no primeiro dia a caminhada teve um pouco de tudo, dor, calor, risadas, fotos, e emoção também, pela falta da família. Mas todos entenderam o que eu vim fazer aqui. Amanhã o dia promete uma dura caminhada de aproximadamente 9 km até o campo base, de onde partiremos para o topo. A parede vai ficando cada vez maior a nossa frente, o espetáculo é simplesmente impressionante, cachoeiras despencam dos paredões tanto do Roraima quanto do vizinho Kukenán.  E temos também a visão de um monte impressionante ao fundo, chamado de Gualdacapiapó, o Umbigo da terra para os índios.

 
Agora são 20:56hs, o céu está lindamente estrelado, o dia de amanhã será duro, mas com a permissão de Macunaima, chegaremos todos bem, um dando força e ajudando ao outro.
Vou dormir agora pensando no meu Amor, espero que não sinta ciúmes, mas estou indo dormir com a solidão e com meu pensamento em você e quanto as suas fotos, tenho uma surpresa pra você.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Chegada a Boa Vista


Cheguei ao aeroporto por volta das 01h30min da manhã do dia 12/10 já com muita emoção, nosso piloto demorou a literalmente pousar o avião, passando demais da cabeceira e com isso nem os flaps nem reversores deram conta, então o jeito foi sentar o pé no freio e lá foi o avião fritando pneu e arrastando pela pista até parar. Aventura é isso aí.
De lá para o Hotel Uiramutam Palace Hotel, um dos melhores de Boa Vista, localizado bem em frente a um dos marcos da cidade, o Portal do Milênio, mas não tive muito tempo pra nada, era dormir e partir para o Briefing às 09h00min e conhecer meus companheiros de aventura.



Acordei cedo, tomei café e fui para o Briefing que aconteceu no Hotel Aipana Plaza. Na chegada dei de cara com a Carla Sevalhos, da Roraima Adventures e com Eduardo Pontes, um de meus parceiros de expedição.
Entramos na sala de reuniões e lá conheci o famoso Magno Souza, que luta há anos pelo turismo de Boa Vista e posso lhes garantir que é uma luta árdua, pois pelo que pude perceber ele luta praticamente sozinho para que as coisas melhorem na cidade para que os turistas não cheguem à cidade somente para fazerem o monte Roraima, é preciso muito, mas muito trabalho mesmo para que a cidade se torne atrativa para que os turistas queiram ficar mais uns dias na cidade, e com isso possa comprar artesanatos, frutas e comida da região e também conhecer uma cidade agradável e atrativa.

Falta muita coisa para Boa Vista se tornar agradável para os turistas, mas com a garra e a vontade de Magno Souza e se Deus quiser com a ajuda da prefeita, recém-eleita para o quarto mandato, Teresa Jucá, quem sabe as coisas mudem, a começar pela valorização e revitalização dos marcos históricos da cidade, como a orla taunuman, o monumento aos garimpeiros e aos índios, que estão muito mal cuidados. Bom, mas como meu foco era o Monte Roraima, deixei os detalhes sobre a cidade para o próprio Magno, após a expedição.
O Briefing foi bem produtivo e lá, além do Edu Pontes, conheci os irmãos Guilherme e Eduardo Asta e também a única mulher do nosso grupo, Carmen, no dia seguinte, já em Santa Helena de Uiarén conheceríamos nossos dois outros parceiros: Os irmãos mineiros Luciano e Dionísio. Então seria esse o grupo, os sete, mais os guias Léo Tarolla e Teodoro, este último índio Taurepang e seus dois sobrinhos e carregadores Simon e Fred, mais os carregadores e cozinheiros, EXCELENTES cozinheiros José “Tcheo” e Tirso, este último uma figura que não sabemos o porquê não está em algum programa de humor. O cara é uma verdadeira figura e manteve nosso bom humor sempre em alta com suas histórias e piadas e sua ótima comida. E pra quem me conhece sabe que 13 é o meu número da sorte, aí estão os 13 participantes da nossa expedição.

"Os 13 Guerreiros Roraimeros"
De pé: Simon, Fred, Tcheo, Tirso, Eduardo Asta, Guilherme Asta e Teorodo.
Agachados: Dida, Luciano, Edu Pontes, Léo Tarolla, Carmen e Dionísio.


Após o Briefing fomos almoçar e depois bora para o hotel arrumar as mochilas e no final do dia um passeio rápido mas bem gostoso pelo Rio Branco, que banha Boa vista.

 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Finalmente começou !!!

O MUNDO PERDIDO.


Segunda-feira, 01 de Outubro de 2012.
 
Última semana de trabalho antes das merecidas férias. À partir de sexta-feira, 05/10 passo a respirar esse lugar especial com o qual sonho há pelo menos 4 anos. E se o mundo realmente acabar em 20/10/2012 como dizem alguns, espero que estar a 2800 metros acima do nível do mar me salve.. HA!HA!HA!HA!

É um mix de sensações que tenho passado desde que fechei as passagens aéreas, e dali não havia mais volta, eu teria que me virar para completar a jornada e agora, 7 meses depois, estou apto, preparado física e psicológicamente para essa empreitada, meu primeiro trekking de longa duração e ainda mais num lugar mágico como o Monte Roraima, que não se resumo só aos Tepuys, também guarda muito da história indígena do nosso país e dos vizinhos Venezuela e Guiana, como a própria história de Boa Vista, sua cultura, os costumes do povo, tudo nessa viagem promete ser mágico, até mesmo os perrengues, afinal as visões, sabores, aromas e sensações deste lugar mágico prometem transformar qualquer perrengue em algo prazeroso, no final das contas.

Enfim, equipamentos prontos, roupas prontas, malas quase prontas, bota amaciada, espírito em paz, coração aberto para receber o amor que emana da terra, da natureza, das águas, cachoeiras, enfim, estarei numa fase meio índio, estarei onde gosto de estar, na natureza, na terra, na mata, me aventurando, mas com a consciência de que tudo tem que ser aproveitado mas no final a natureza deve permanecer como encontrei, linda e esplendorosa para receber outros aventureiros. E que cada um faça a sua parte para manter esses lugares limpos e conservados. Eu prometo fazer a minha parte, em 8 dias de total comunhão com Deus e sua criação, pois é lá, na natureza, no que sobrou de verdade da criação Divina, os únicos lugares onde podemos realmente estar em comunhão e ligados à Criação.

E pra quem gosta de se preocupar, fiquem tranquilos, eu volto !! Eu sempre volto, com muitas histórias, fotos, vídeos e agradecimentos as pessoas que me ajudaram direta ou indiretamente na conquista desse sonho, como a galera da Bio Ritmo Continental (Prof's Aline M., Priscila P, Adrianos, Marcel, Fernanda, Karina, Bárbara, etc..) que me ajudaram a entrar em forma, as lojas Mundo Terra (Ligya e Rogério Padilha) pela força e pelos toques sobre equipamentos e roupas, que também obtive na Arco e Flecha (Jéssica) e na Bivak Outfitters (Não lembro o nome do Japa da loja, mas é muito gente boa e foi a primeira pessoa que me falou do Magno Souza e da Roraima Adventures, muito bem por sinal), e a Roraima Adventures (Magno Souza e Carla Sevalhos), duas pessoas realmente diferenciadas neste mundo de empresas que dizem promovem o turismo de aventura, mas que colocam em primeiro lugar o dinheiro, estes 2, e não posso me esquecer da Fátima, que foi com quem mantive os primeiros contatos por lá, óbvio que querem o lucro também, ninguém trabalha de graça, mas demonstraram desde o início de minha empreitada uma simpatia e boa vontade tal, que hoje não tenho qualquer dúvida sobre a trilha, sobre o que levar, todas as minhas dúvidas foram prontamente sanadas com uma cordialidade e riquesa de detalhes, que me fazem ter certeza de que minha expedição será além de um total sucesso, uma experiência enriquecedora.

Por último, e os últimos serão os primeiros, essa vai dedicada a minha família (Pai Luiz, Mãe Bete e irmãos Kiko e Sandra), como minha segunda família (Pai Carlos, Mãe Cida e Cunhas Lívia e Léo), e principalmente a minha esposa Carla, que chega a ser mega chata com tamanha preocupação, mas também é quem me apoia nas minhas loucuras, me dá suporte, torce por mim e que estará comigo ao longo destes 8 dias de perrengue em espírito e coração, me ajudando a completar essa que será só a primeira, já tenho planos futuros...rs.

Aos amigos, também o meu muito obrigado pela torcida, não vou citar nomes pra não esquecer de ninguém, mas vcs. sabem quem são, não preciso falar.

Abraços e até a volta.
Diógenes L. Cassiano