PREPARAÇÃO FÍSICA
Em
linhas gerais, minha preparação me ajudou a não passar sufoco maior. A
caminhada é extenuante, pois é diária, e a cada dia vai minando nossa
resistência. Pra quem resolver fazer a expedição mais longa, como nós, com 8
dias e 4 noites no topo, aparentemente o terceiro dia é o pior, o dia da subida
ao cume, mas este acabou sendo um dos dias mais fáceis. O desnível é grande, a
distância é curta, um sobe e desce sob solo de pedras, mas como esse era o tipo
de terreno que eu gosto de andar, acabei me saindo muito bem, e também tivemos
a ajuda das árvores, que nos deram sombra e brisas geladas e revigorantes.
Esses
dois meses me ajudaram, não fossem esses dias eu teria sofrido muito mais,
talvez até não tivesse conseguido, sobretudo as aulas de bike que fortaleceram
demais minhas pernas e a musculação direcionada para a região lombar e ombros
que me permitiram carregar 16 kg nos primeiros e nos últimos 2 dias e 13 kg nos
dias intermediários sem sofrimento. A pior parte sem dúvida foi minha perna
direita.
PREPARAÇÃO MENTAL
Se
você está querendo participar de algo dessa magnitude, tenha em mente que sua
cabeça é quem fará a maior parte do trabalho. Preparação física é fundamental,
mas se você tiver a “cabeça fraca”, pense duas vezes antes de participar de uma
expedição desse tipo. Porque uma mente fraca vai te deixar estressado, você vai
se desentender com seus companheiros, não vai curtir o passeio e vai acabar
sendo o chatola da viagem. Isso se você não acabar se machucando por pura falta
de concentração. Em dados momentos eu me pegava simplesmente chorando. ISSO
MESMO !!! chorando. Descobri muito cedo, nas primeiras trilhas, que quando a
caminhada se torna desesperadora, chorar alivia o peso nos ombros e na alma e
isso te faz seguir adiante, pois te dá um choque de realidade e uma força que
ainda não sei muito bem de onde vem. É até engraçado. Outra coisa é que tem um
momento em que a dor e o cansaço é tão grande que a gente entra num estado de
automático, como um maratonista. Se parar, não consegue continuar, então é
entrar no automático e andar, sem olhar pra trás nem pra nada mais, tirar fotos
andando inclusive, e aí chega-se num ponto em que não sente mais a dor, nem o
cansaço, vai só na mente, e ela controla o corpo de forma sensacional. E graças
a deus eu sou bom nisso. Consigo ficar tão automático que mesmo quando chego ao
final a dor volta. Muito estranho.
PREPARAÇÃO
– EQUIPOS
Dei
muita sorte quanto a isso, acabei comprando mais do que precisei, mas enfim,
depois de uns 10 anos sem participar de uma caminhada longa, preferi pecar pelo
excesso do que faltar algo, principalmente no topo.
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