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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

4º Dia - Terça, 16 de Outubro de 2012.


Após mais um belo café da manhã, tivemos aquele que ao final foi o terceiro dia mais cansativo pra mim. Foram 16km  até a Gruta do Quati. Um sobe e desce danado, sempre que chegamos num vale, temos que contorná-lo por um lado em declive, subir pelo outro lado e quando estamos achando que acabou, chegamos ao topo e: outro vale, enorme, longo e cansativo, mas com vistas sensacionais. Aí percebemos que por mais que a gente veja cores, formas, plantas, acabamos sempre nos surpreendendo com uma nova visão. Neste caso foi perceber que atravessaríamos uma FLORESTA, em pleno topo do monte. Tudo bem, não sou biólogo nem especialista em flora, mas convenhamos, um grande bloco de arenito repleto de cavernas, sem terra, só alguns pontos com areia, como é possível que aja uma floresta nesse lugar ?!? Mas há, florestas com árvores ruivas, bromélias, plantas carnívoras, orquídeas e outras tantas que sequer sei os nomes.



No caminho fiz um Boulder de leve pra descontrair, existem muitas pedras de todas as formas e tamanhos onde se pode fazer ótimos exercícios de escalada livre sem cordas e sem correr altos riscos.

No caminho paramos para almoçar e descansar um pouco no El Fosso, para alguns simplesmente um buraco no meio da trilha, mas de uma beleza, com seus pilares e seu lago geladíssimo, que acessamos por uma pequena trilha em descida como uma caverna. Que lugar. As fotos não representam o que nossos olhos não se cansam de ver. No El Fosso dei muito valor a uma coisa que simplesmente não lembrei de trazer: minhas meias de neoprene. Não sei ao certo o que tenho nos pés, mas sinto um frio tão absurdo neles que não consigo me manter muito tempo em água muito gelada e por conta disso fiquei alguns dias no topo sem conseguir tomar banho, exceto pelos lenços umedecidos asépcia que me ajudaram a dormir menos fedorento.

El Fosso
 


Sequência para chegar ao fundo do fosso
Hoje também aconteceu algum estranho: precisei ir no banheiro duas vezes no mesmo dia. Bom, meu intestino sempre funcionou muito bem e aqui ele andava adormecido, indo só uma vez ao dia, a suspeita recaiu sobre a diarreia, mas na manhã seguinte estava tudo certo, foi um fato isolado, graças a Deus, pois não imagino alguém tendo crise de diarreia ali, até porque enquanto estamos na parte baixa da montanha, nosso banheiro é instalado numa barraca, mas no topo a barraca não é levada, só o banquinho furado, que é colocado num ponto semi-escondido nos hotéis, isso nos faz cagar com cada visual, que como bem disse o Luciano: “Nem o Bil Gates tem uma vista dessa do banheiro dele”.

Banheiro: visão privilegiada.

Outro marco que passamos no dia de hoje foi o Ponto Triplo, marca da tríplice fronteira, mas existe uma espécie de briga política, pois alguém acha que é um dupla fronteira, tanto que no marco estão gravados os nomes do braZil e da Venezuela e no lado onde deveria constar Guiana, está em branco.


Ponto Triplo
Agora estou dentro da minha barraca, são 19:10hs e vou dormir pra descansar, aproveitando a chuva gostosa que está caindo lá fora, pois amanhã o dia promete mais uma longa caminhada até outro marco do Monte e também do Livro “O Mundo Perdido”, de Sir Artur Conan Doyle.

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